segunda-feira, 11 de agosto de 2025

O Que Ficou

Então eu enterrei...

Numa cova bem rasa.

Talvez pra que qualquer sopro

Respiro, ou suspirar teu

O desenterre.

Todo esse sentimento,

Tudo o eu que pus pra fora

Mas que saiu de qualquer jeito...

Porque eu não soube como mostrar

Então eu o enterrei!

... deixei lá.

Pra quem sabe, se voltar

Consiga ver um pouco do que me dei.

Um suspiro...

Respiração qualquer

Pra me enxergar!

Me descobrir!

...
estarei lá?


quarta-feira, 14 de maio de 2025

Aviso premeditado.

Eu senti.
Senti a chama queimar, a pimenta arder, a cama quebrar e a cicatriz se fazer.
Eu ouvi.
Ouvi a razão me guiar, o vento levar, a consciência falar e o relógio tocar.
Eu enxerguei.
Enxerguei a árvore sorrir, as flores a dançar, o céu se abrir e as nuvens desenhar.
Eu engoli.
Engoli o ácido da mentira, o amargo do ódio, o azedo da inveja e o veneno da hipocrisia.
Eu enxerguei quando ouvi.
Eu senti quando engoli.
E eu não pretendo fazer sentido só pra ser aceita.


Bárbara Arcângela

domingo, 27 de abril de 2025

Apenas um grito em desabafo

Abotoou e me escondo dentro dos seus blusões 

que finjo serem seus abraços.

Minha mente está girando, me afogando em memórias eu estou 

e eu não tenho nenhuma boia agora pra me agarrar.

Boto um som bem alto, café na mão bem amargo.

Em seus perfumes de vidros escuros me passo e você então está ali.

O senhor diria que é uma tentativa para que de mim duvidem e se afastem

chamaria de corajoso quem me desafiasse

E eu pai, apenas iria sorrir.


O inconsiente é fascinante, ele sempre está lá.

Te traz memórias que você jurava ter esquecido

e sensações que você apenas não queria.

Um cheiro, um som, um momento..

Gatilho terrível, sem freio nem nada.

Quando tem que vir, vem.

Que dor insuportável!!!

Hoje eu queria lhe dizer tudo, mas não posso nada


Há 5 anos, abril não é mais o mesmo, hoje 27, tão pouco.




Bárbara Arcângela.

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Há tempos eu não brincava com o perigo, é!

Mas ele veio até mim e então escolhi seguir nesse caminho...

Olho pro chão

Mas há uma moeda, apenas dois lados dessa mesma moeda, deve bastar.

Pego.

O que estou fazendo? Porque estou fazendo?

Eu perco? Não quero pensar.

Enquanto gira, eu já sei.

Sei o que quero, sei o que ganho!

E penso se o lado que desejo também me escolherá.

Mas há uma pausa, essa pausa... 

Mas eu não sei parar!

Enquanto gira, meus dedos sangram e arrancam partes do que quero, de mim, pra mim.

Elas estão estendidas: mãos que me sabotam, me entregam.

Seguram tão rápido e com tal força que ferem 

É,  eu não quero soltar, não vou soltar!

Não é teimosia, é decisão.

Peço que dessa vez me obedeçam, eu quero que me obedeçam... exclamo!

Sem controle e eu não sei como fizeram -aquilo- outrora,

Mas essa falta de jeito não sabendo se expressar nem falar, o fez.

MERDA! E COMO FEZ!

Olho pra cima -ela ainda está lá-... 

Medo.

Aperto os olhos e então estendo as mãos esperando que ele vá 

Vá me alcançar.


Bárbara Arcângela



P.S.: eu não escolhi ser intensa, apenas sou, sinto e sou. E amo que isso faça parte de mim, rejeitar isso é como fazer eu me lançar num muro. Venha ao meu lado, no mesmo sentido ou contra, mas isso espera por você.

P.S.: há um sonho sobre isso e um fato também.

Não mais!

 E eu, que deixei de escrever sobre tantas coisas,

por tolices, nada mais que tolices.

Ah, eu, que guardei comigo tantas palavras que podiam ter sido soltas...


Não mais.


Bárbara Arcângela




sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Seus olhos castanhos

Esses olhos castanhos
Voam sem mim
Me estranham
Flutuam com pés no chão
Em outro além
Em outro alguém
Que só diz não.

Esse frágil coração que sofre calado
Oh, e sofre!
E canta!
E ama!...

Você já não é o que eu sonhei pra mim
As rosas já não são tão belas
E as violetas murcharam
Por que você faz assim?
Por que?
Por que esses olhos castanhos
Voam
E não sorriem pra mim?




Nota mental- tempo:09/2022- : Escrevi este após um sonho com um olhar assim, é engraçado como as vezes não vemos nada em alguns, mas sentimos e então é como se realmente víssemos e o tateássemos. Mas "engraçado" mesmo é quando parecem fazer sentidos anos depois...
-Lembrança do futuro? ouso indagar.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

~revoltz, baby!

se eu fosse Cole Porter,
faria uma canção esperta, com uma letra bem sacada pra te conquistar na certa!
se eu fosse Pablo Picasso,
desenhava um quadro abstrato, cheio de formas cubistas pra te causar impacto!mas eu não sou nada disso, ah se eu fosse artista: você seria minha musa.

se eu fosse o Alan Poe,
eu faria um poema bem macabro de terror, mistério e morte pra te grudardo lado!

mas eu não sou nada disso, ah se eu fosse autista: você seria minha cura.