O vento me susurra o que aconteceu.
Tudo revirado, mas a cama continua intacta.
Eu daria tudo para jogar esses lençóis no chão.
Olho para cima em busca de respostas, e a roupa íntima continua pendurada no ventilador.
O buraco no meu estômago se expandiu, já o sinto em meu crânio. Tento preencher o vazio que me toma a alma, mas tudo que posso é fechar os olhos, e fugir.
Abro os meus olhos e me pergunto que lugar estou. Vejo cordas penduradas, e sinto meus braços se mexerem contra a minha vontade.
Estou dançando. Quero parar, mas não consigo.
Meus impulsos não existem, mas ainda sinto o sangue borbulhar.
Meus olhos procuram por alguém. Estou sozinha.
Minha boca se abre e diz palavras sem sentido. As cordas fazem com que minha cabeça balance para cima e para baixo.
Sim.
Não sei onde estou, nem o que estou fazendo. Quero gritar, mas toda a força que faço só serve para que eu cuspa um bocado de sangue.
Forço as pernas a procurarem por uma saída, ou talvez uma explicação, mas tudo que encontro é um espelho.
"Quem é você?", eu pensei.
Sou eu.
Os olhos abertos como os de um gato, as bochechas e o lábio pintados de rosa. Sou um palhaço.
"Mas o que é isso?", me perguntei.
São fios. Cordas.
Comecei a dançar novamente. Eu não quero dançar. Não consigo parar.
Eu não me controlo mais, estou presa em meu próprio mundo. Sou extrangeira da irrealidade que criei. Sou a marionete controlada por cordas, por mim mesma.
Olho para o lado, assustada, e encontro uma tesoura.
Cortar. Cortar para me libertar.
Com muito esforço, pego a tesoura e corto os fios que me controlam.
Estou livre.
Estou livre?
Começo a dançar novamente. Eu não quero dançar.
Procuro pelos fios, e eles não existem mais.
Não tem fim.
Pego a tesoura novamente e a aponto para os meus olhos.
Abro os olhos. Suspiro de alívio.
Procuro pelo espelho.
"Sou eu denovo", pensei sorrindo.
Começo a dançar. Eu não quero dançar.
Oh, não.
Procuro pelos fios. Eles não estão mais lá.
Ergo meus braços em busca de socorro, sinto alguma coisa ao passá-los pelo ar.
Fios. Cordas.
Invisíveis.
Fecho os olhos para acordar novamente, mas tudo continua igual.
Controlada pelo inconsciente, conscientemente controlada.
As cortinas foram rasgadas, e a janela está aberta.
O vento me susurra o que aconteceu.
Tudo revirado, mas os lençóis estão no chão agora.
Postagens mais antigas, aqui no meu vibe.
:) é o que posso dizer, ééé a vida é o sol sempre pode brilhar ou ser tampado por uma grande nuvem de tempestades que deixaria tudo escuro e sem sentido...mas o que deixa a pessoa sem poder se salvar dos próprios pensamentos. Amores perdidos? não! isso só afetaria as pessoa que sabem sentir o amor e a paixão.hum... e que tal a familia será que os pais a falta de entendimento deles deixaria qualquer pessoa sem se aceitar sendo assim procurando a aceitação de desconhecidos sem saber a mínima coisa que se passa na cabeça de tal, não mas isso só afetaria quem não sabe o quando é importante pra todos! claro que não é o caso de ninguém que eu conheça :|então o que deixaria uma pessoa presas nas próprias cordas da mente onde o subconsciente mexeria empiedosamente em cada fraqueza por pura falta de conhecimento. a quem diga que somo 3 dentro de um recipiente onde à de existir, corpo, espírito, e alma. onde elas quando não tem um único pensamento se desentendem mexendo no subconciente tendo assim uma prisão propria de medos é temores de algo novo é com sentido aberto para todos inclusive amores, familia, e qualquer tipo de vida modesta a uma vida rica de prazeres absolutos onde a vida seria da mesma forma sem sentido e e presa em um subconciente onde alma espírito e corpo lutariam para quem controlaria todos os pensamentos e atitudes
ResponderExcluirO que posso dizer?
ResponderExcluirVoce continua a me fazer pensar na vida com outros olhos: com um olhar mais introspectivo e sombrio, de certo modo !
Mas, é através dessa visão mais "out" é que reconheço a verdade ao meu redor e me faço cada vez mais e mais perguntas sobre nossa realidade !
Parabéns linda !! ^^